Motivos e dicas para se visitar a Bienal de São Paulo



Em um país onde menos de 10% da população já visitou um museu, a Bienal, com sua escala monumental é um importante mecanismo de acesso à arte e cultura, instrumento que possibilita a cada dois anos, à centenas de milhares de visitantes o contato com a produção artística contemporânea.



PORQUE É IMPORTANTE PARA O BRASIL?

Sendo a primeira exposição de grande porte realizada fora dos centros culturais europeus e norte-americanos, a Bienal é importante na medida em que mantêm o Brasil no circuito mundial das artes, nos validando como país culturalmente ativo.

O evento é constantemente responsável por projetar a obra de artistas internacionais desconhecidos e por refletir as tendências mais marcantes no cenário artístico global, sendo considerada um dos três principais eventos do circuito artístico internacional, junto da Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel. 


PORQUE VISITAR?

1- Você está pagando este evento são 21 milhões de reais investidos ali. A bienal é para todos!

2- Se você não é acadêmico/pesquisador/graduado em artes pode ser um passeio divertido, interativo, curioso, é de graça, e você pode sair de lá com ideias novas sobre o mundo e sobre a arte.

3- Se você é acadêmico/pesquisador/graduado em artes a visita devia ser obrigatória, não apenas para receber aquelas horas extra curriculares, mas por ser uma oportunidade unica que temos de conhecer e nos aproximar do que é produzido atualmente no cenário das artes, atualizando nosso repertório.


DICAS A QUEM FOR:

1- Abra-se para este encontro. Esse encontro é capaz de gerar sentimentos díspares, que vão do absoluto prazer à completa indignação, levando os visitantes a refletir sobre a arte e seu papel na sociedade.  Vá sem pré conceitos sobre a arte ou que você a considera, e prepare-se para possíveis desconfortos diante de algumas obras. 

2- Tente conhecer/ler sobre o evento/artistas antes. Essa dica vai pra todo mundo, porque com a internet ai, a informação tá de fácil acesso e não tem desculpinha. A cada bienal que passa, novos instrumentos de aproximação surgem, este ano existem audioguias que podem ser acessados aqui. Se possível  estabeleça os artistas que lhe são mais interessantes com antecedência.

3- Tá liberado pirar na batatinha. Em outras palavras a arte é doideira  Para compreender as obras, muitas vezes se faz necessário, devaneios conceituais, ou seja, viajar na maionese! Por tanto faça reflexões e associações que você achar conveniente, e que possam lhe ajudar ao entendimento da obra. 

4- Leia o titulo e artista da obra. Parece um conselho escroto, sim, nós sabemos. Mas é muito comum em meio a tanta emoção e ao tempo curto, sair passando o olho pelas obras, ficar batendo foto e esquecer do principal “ler o titulo e artista”, muitas vezes ele nos dá dicas a respeito do que estamos vendo, e mesmo se não entender, ainda temos a oportunidade de recorrer a internets depois. Além do que, é essencial para a nossa formação de repertório.

 5- Olhe com olhar crítico.  Já que você esta lá, reflita sobre o que esteja vendo.... Parece ser meio besta, mas cada detalhe da obra não deve passar despercebido, tudo na obra pode ser uma peça desse quebra-cabeça. Cada detalhe pode gerar uma proposta de reflexão que nem o próprio artista vislumbrou.

6- O porque, deve ser substituído pelo como! Não fique se martirizando em entender porque o artista fez aquilo. Tente descobrir como o artista o fez! Que material, como utilizou, como aconteceu, e o que isso pode significar poeticamente, cientificamente, filosoficamente ou mesmo obviamente.

 7- Permaneça em contato com a obra... É comum conforme o item 4, passarmos por tudo rapidamente. No final do encontro, não aguentamos mais ver nada, e o saldo foi 0, não absorvemos nada! Neste caso, de que adiantou ver todas as obras? Portanto PERMANEÇA, dê o tempo que a obra merece. Dialogue com a obra, interaja... por isso o conselho 2 se faz importante.

 8- Calma, a arte não precisa ser necessariamente discursiva! Ou seja, se você não conseguir entender patavinas de nada do que o artista quis propor com a sua obra, a culpa pode não ser sua. Muitas vezes o artista não quer dizer nada, quer fazer você dizer....as obras são experimentações, provocações, pesquisas, proposições e pedem para você criar o discurso.

LEMBRE-SE: Grupos geralmente recebem mediação das obras por uma equipe capacitada para isso, isso pode facilitar muitas vezes esse contato com a obra, ou não...

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