Especial Viagem Bienal SP: LYGIA CLARK




Para inaugurar o Especial Viagem Bienal SP, falaremos brevemente da experiencia única que foi visitar a mostra Lygia Clark: Uma retrospectiva, que nós do Laborativo amamos de paixão.

Paixão que se iniciou logo na primeira fase do curso, onde tínhamos que fazer uma história em quadrinho sobre um artista e salva-la em DISQUETE.

Conhecer a obra de Lygia Clark é poder observar,  numa única artista, essa transição do que foi o período moderno ao contemporâneo.

Nessa retrospectiva é possível visualizarmos o período concreto ao neoconcreto de Lygia, fase em que ela rompe com o espaço bidimensional do quadro. Como também sua fase posterior, a qual abandona rótulos e escolas - características da arte contemporânea - passando a dedicar-se ao desenvolvimento de experiências sensoriais,  para então construir uma arte que se concretiza na participação do publico, estendendo assim, os limites de compreensão de uma obra de arte.



A exposição acontece no Itau Cultural, local onde nunca havíamos botados os pesinhos, e o que percebemos é que as salas expositivas não correspondem necessariamente a uma ordem cronológica.

No térreo temos dois projetos Cinto Diálogo e Campo de Minas (obras produzidas a partir de anotações da artista que não nos recordamos o ano, pois não batemos fotos da plaquinha :~~), no primeiro, vestimos um cinto magnético que quando próximos ficam presos. Já no segundo, vestimos calçados e andamos sobre um campo magnetizado onde em determinadas áreas ficamos preso através dos imãs.

Cinto Diálogo
Campo de Minas

Indo para o primeiro andar, logo de cara, nos deparamos com A casa é O corpo (1968), uma instalação projetada por Lygia já no seu período arte e vida. Nesta obra o espectador é sujeito a passar pelo seu interior, e experimentar a sensação de reprodução, fecundação, nascimento.

No mesmo salão estão expostas suas obras que ilustram sua passagem do período concreto ao neoconcreto, que evidenciam essa necessidade das figuras geométricas extrapolarem os limites da moldura, rompendo a bidimensionalidade e as estruturas do quadro,  tomando assim a tridimensionalidade. Atravessamos essa passagem diante de obras como Composição (1953-53)Superfícies Moduladas (1955-57), Casulos (1959) até finalmente a concepção de Bichos (1960), onde finalmente a tridimensionalidade ganha espaço.

Bichos (1960)

Bichos (1960) é a primeira obra de Lygia onde o espectador é transformado em participador, sendo convidado a descobrir as inúmeras formas que esta estrutura oferece, manipulando suas dobraduras de metal.

PAUSA DRAMÁTICA

~~~~ Em 2008 - nossa primeira bienal - ficamos muito enfurecidos pois quando vimos, pela primeira vez, ao vivo, a obra de Lyginha na Pinacoteca, ela estava dentro de um aquário, completamente intocada, agora finalmente depois de 4 anos podemos dizer que nosso sonho se realizou ~~~


Continuando o percurso...

No primeiro andar  do subsolo temos os primeiros trabalhos de Lygia no grupo Frente, um marco no movimento Construtivista Brasileiro, até a obras de sua fase de arte participativa como a Rede de elásticos (1973). O foco nesse andar é o diálogo da artista com a arquitetura, por meio de esculturas como Trepantes (1963), ou das estruturas de Caixas de fósforos (1964).

Rede de elásticos (1973)

No mesmo andar temos dois videos/documentários da própria Lygia, que não deu tempo de ver :(

Descendo para o segundo piso do subsolo, o espectador é imerso na fase dos objetos sensoriais de Lygia, de 1964 à 1975, fase onde a artista começou a explorar o corpo humano, criando objetos para serem colocados em contato com o corpo do espectador.

Mascaras Sensoriais (1967-68)

Óculos (1968)

Neste andar somos convidados a participar, interagir com as replicas desses objetos e as proposições criadas pela Lygia, como O Eu e Tu (1967), Camisa de força (1968),  Túnel (1873) dentre outros que nos proporcionam uma experimentação ao próprio corpo . 


Neste mesmo andar, ainda temos duas "obras inéditas” não finalizadas pela artista que foram produzidas a partir de anotações deixadas por ela, são elas:   Filme Sensorial (1967) que retrata vários sons do dia-a-dia. E  O Homem no Centro dos Acontecimentos (1968) uma instalação formada a partir de projeções simultâneas nos quatro lados de uma pequena sala de imagens, captadas por quatro câmeras instaladas no capacete de uma pessoa andando nas ruas.



E é isso!

Para finalizar podemos dizer que a produção de Lygia Clark é tão importante dentre outras coisas, pois retira esse sentimento de sagrado e intocável que era muito comum em sua época mas que habita ainda hoje as obras de arte.
Em sua ultima fase, vemos que ela desvincula o lugar do espectador dentro da instituição de arte, estabelecendo vinculos entre arte e vida. Dessa maneira sua trajetória faz dela uma artista atemporal, sem um lugar definido na história da arte
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