TRANSGENERISMO VIRTUAL por Jefferson Kielwagen




Trazendo relações diretas da panfletagem com a extensão virtual dos corpos dos habitantes da cidade, Jefferson Kielwagen propõe uma reflexão: Em tempos de Laerte e Teresa Brant, discussões sobre identidade e gênero estão em pauta. As redes sociais exploram os modelos tradicionais de identidade de gênero para oferecer serviços de publicidade dirigida a nichos – uma prática que não ajuda a descontruir os papéis de gênero tradicionais, pelo contrário, sob a influência onipresente das redes sociais, esses papéis parecem mais imutáveis do que nunca. Transgenerismo Virtual é um contraponto poético e politico a essa situação.

Essa proposta é a versão brasileira de Virtual Transgenderism, um projeto iniciado em 2012 e que tem como meio principal as interações e notificações do Facebook. Uma página do Facebook foi criada (facebook.com/VirtualTrans) para divulgar tutoriais, em idiomas diversos, incentivando e ensinando os usuários a alterar o “sexo” de seus perfis para o oposto. Ao efetuar a mudança de sexo virtual, o usuário impacta todos os seus contatos porque as notificações de suas atividades passam a ser exibidas com pronomes do sexo oposto (por exemplo, “Jefferson postou uma foto no mural DELA”). Isso gera um estranhamento que inicia conversas, interações e sugestões de uma normatividade de gênero nas redes sociais. Ao mesmo tempo, a mudança expõe o “truque” do Facebook: ao alterar-se as informações pessoais no perfil, o usuário passa a receber anúncios de produtos diferentes. 

Para a SOU, o projeto é apresentado como uma espécie de campanha, apropriando-se da forma das campanhas políticas, das campanhas publicitárias, e do proselitismo religioso, onde artistas convidados realizam a panfletagem desse tutorial produzido pelo artista. 

Onde: Praça Nereu Ramos.

Quando: Quarta-feira, 11/12, a partir das 19h

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Jefferson Kielwagen (Joinville, 1979) é artista, curador e professor. Estudou design e história da arte, expôs, publicou, e produziu exposições de intervenção urbana e performance. Radicado em Michigan/EUA desde 2011, divide seu tempo entre produção artística, curadoria e educação. 
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