A 30º Bienal de Arte de SP está
ai, com sua abertura ao publico marcada para o dia 7 de Setembro, e o que não quer calar é a seu tema deveras
abstrato, de acordo com entrevistas, os curadores querem simplificar a relação
do público com a obra. Serão 111 artistas disposto em espaços delimitados, com
a intenção de mergulhar em vários mundos específicos. O interessante é que vemos ai um conceito um
pouco diferenciado de outras exposições que falam justamente sobre a
contaminação das obras no espaço expositivo, e isso, acredito será algo
interessante. O curador também afirma que haverá sim conexões entre os
trabalhos, mas cada uma terá um tom diferente.
A
exposição é vista como se fossem constelações, isoladas , mas que também
configuram sentido entre si e em suas relações com o mundo.
A
Bienal conta com 30% menos artistas do que a ultima edição e desta vez não
conta com nenhum grande nome internacional. Talvez com isso tornando a bienal
mais intimista. (o que eu ainda acho um pouco complicado com 3 mil obras ) .
Um
ponto forte da exposição é a visão do curador venezuelano Luis Péres-Orama de que o objetivo
da bienal é “buscar no tempo iminente de
nosso mundo, quando se desmoronam todas as certezas, uma via de sobrevivência
para a inteligência e a beleza” e ainda acrescenta "Queremos uma Bienal clara, não
transparente; inteligente, não bombástica. Evitar a postura messiância e o
maneirismo da confrontação pela confrontação" em entrevista para o G1.
Haverão também obras pela cidade
em via publica e em museus como no Museu da Cidade, Masp, Museu da Faap e
Instituto Tomie Ohtake.
No Segundo andar a uma área expositiva de 400m² dedicada ao
homenageado Arthur Bispo do Rosário com 348 obras a partir de 804 elementos
diferentes.
Enquanto isso, em semana de
abertura, o facebook da Bienal traz
algumas questões super interessantes como o #educativobienal perguntando se “Uma coisa significa outra
coisa, quando muda de lugar?” ao artista
Ricardo Basbaum (que estará expondo na mostra)
e disponibilizando um vídeo dessa resposta. E mais outras diversas
noticias de ultima hora.
A partir de materiais disponíveis
no próprio site da bienal vimos que vários dos temas parecem nos fazer refletir
exatamente sobre o estado da arte contemporânea , esse cotidiano e essas
relações com o sujeito.
Quando temos algo
institucionalizado ficamos sempre com
receio das produções serem muito visuais e pouco conceituais, algo que valesse
só no pelo mercado da arte ou simplesmente
não serem atuais, ainda mais vindo de uma Bienal do Mercosul no ano
anterior que nos trouxe questões tão atuais como a Geopolitica, mas ao que
parece ela vem realmente num caráter mais intimista , sem deixar de ser
relevante, apresentado muitas facetas da arte , mas que fazem parte de uma
mesmo céu (me apropriando da metáfora das constelações).Ficamos ansiosos e no
aguardo, esperando a visitação para que possamos realmente ver iminência nessas
tantas poéticas.
Por fim trago o perfil de um trabalho de um
artista que estará nessa bienal, esse perfil está disponível no site da bienal
assim como a imagem.
Nino Cais
1969, São Paulo, Brasil - Vive em São Paulo
Partindo
do universo doméstico e do interesse pela banalidade das circunstâncias
cotidianas, Nino Cais funde seu corpo a utensílios caseiros na elaboração de
uma poética aberta a infinitas combinações. Na tentativa de extrair poesia de
sua relação física com objetos de uso comum, o artista desloca de seus
contextos plantas, roupas, xícaras, bacias, panelas, vasos e toalhas, reordenando-os em composições fotográficas e videográficas
que mesclam estranheza, afeto e ironia. Desinvestindo o corpo humano de
singularidade e justapondo-o a objetos que parecem relutar em adquirir
funcionalidade simbólica, Cais propõe um jogo estético em que o indivíduo
torna-se capaz de assumir incontáveis identidades.
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