Relatos dos artistas: Simone Milak (Brotos experimentAção)

Colocar os “Brotos na rua” foi uma experiência muito bacana, já havia experimentado expor eles em galeria e até no meu jardim, mas na praça foi uma experiência única. 

Depois da intervenção (na sexta, dia 04/12) fui para casa e só voltei dois dias após (no domingo, 06/12) e para minha surpresa os Brotos não estavam mais lá, restaram bem poucos, uns 15 objetos dos quase 120 que inseri nos canteiros da Praça Nereu Ramos. 

Sobraram somente aqueles que eu coloquei no monumento do mineiro, um no buraco de uma árvore e mais alguns no canteiro em um único lugar, também pude ver alguns quebrados pelo chão (poucos). Talvez não esperasse isso, pensei que pudessem passar despercebidos e ocorrer algo próximo do que aconteceu no meu jardim, a natureza se desenvolvendo sob e sobre os objetos. 

Refletindo sobre tudo isso acho que a proposta pode propiciar a esse público uma experiência diferente das que estão acostumados no dia a dia, os Brotos eram objetos estranhos nos canteiros da praça e se foram levados, talvez, porque tenham despertado alguma curiosidade nas pessoas que por ali passavam, e por este motivo já valeu ter feito o trabalho. Penso que somente pela proposta ter sido selecionada havia algum potencial nela, entro nesta questão, pois percebo que na arte contemporânea a cerâmica desperta certa “antipatia”, acredito que por ela estar relacionada com a confecção de objetos (decorativos e utilitários) e também por estar ligada a esta coisa do “fazer” que é muito forte na cerâmica e diria que acaba ficando associado a proposta artística e sabemos que este “fazer” não é muito bem aceito nos conceitos atuais arte. 

 Pensando e repensando na proposta “Brotos experimentAção” acredito que consegui desassociar esta coisa do “fazer” (mesmo que tenha produzido os Brotos) e o que ficou evidente na proposta foi a ação, a intervenção urbana.


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Confira fotos da proposta Brotos experimentAção da artista Simone Milak  aqui.