Depois de muito sofrimento... fico feliz em dizer que no próximo final de semana estaremos visitando a 9ª Bienal do Mercosul, e por isso achei que seria conveniente concentrar algumas informações básicas a respeito da mostra. O texto está longo... mas não desanime! Vamos lá?
O título dessa 9ª edição é “Se o clima for favorável”, o que remete à reflexão sobre quando e como, por quem e por que certos trabalhos de arte e ideias ganham ou perdem visibilidade em um dado momento no tempo, - eu achei isso um pouco confuso - uma ambiguidade que tanto pode representar o tempo físico quanto uma disposição individual.
As mostras se concentram no Margs, no Santander, no Memorial do Rio Grande do Sul e na Usina do Gasômetro.
Mas porque não ta mais rolando no cais do porto?
Parece que tem umas reformas previstas na região.
Fonte: Bloger Lerina |
Sinais de fumaça marcaram o inicio dos trabalhos para 9ª Bienal e fazem parte das estratégias de comunicação ligadas ao seu conceito curatorial: ao utilizar formas rudimentares de comunicar-se com o público, a curadoria da bienal quer discutir as transformações históricas na tecnologia da comunicação através dos séculos – dos sinais de fumaça ao twitter.
Fonte: 9ª Bienal do Mercosul |
A 9ª Bienal do Mercosul | Porto Alegre - reparem que agora diferente das outras edições, Porto Alegre faz parte do seu nome - não tem logomarca específica; em vez disso, o estúdio de design Project Projects criou um sistema tipográfico especialmente para a edição, denominado justamente de Porto Alegre. O conjunto de símbolos adapta pictogramas retirados de diferentes contextos científicos – desde cartas meteorológicas e mapas de condições climáticas até versões prototípicas da tabela periódica. Ao referenciar um amplo espectro de significados, cada letra atua como um microcosmo de tradução e comunicação codificada.
A Bienal de modo geral está divida em três pilares principais: Portais, previsões e arquipélagos, Encontros na Ilha e Redes de Formação.
Portais, previsões e arquipélagos
Compreende a parte expositiva da 9ª Bienal que aborda a arte como portais para outros mundos.
Inclui trabalhos que são explorações estéticas em diálogo com a biologia marinha; estudos do inconsciente; caças ao tesouro; desastres naturais, movimentos tectônicos e atividades de mineração que provocam a mobilidade social e migrações biopolíticas; explorações aéreas relacionadas à tecnologia espacial, a partir de satélites, ficção científica e de estudos de nuvens e barreiras de som.
Compõem a exposição obras históricas e novas. Além disso, a exposição apresenta projetos artísticos criados por colaborações entre artistas e empresas ou centros de pesquisa que trabalham com recursos naturais e/ou tecnologia avançada.
Esses projetos compõe as Máquinas da Imaginação.
Luiz Roque. Ano Branco. 10 min. Fonte: Zero Hora |
Parte deles são apresentados em uma série de palestras, recitais e performances denominada Ekphrasis: são projetos baseados no tempo ou no processo, efêmeros ou destrutíveis, de natureza praticamente invisível, ou simplesmente delicados ou monumentais demais para serem transportados.
A exposição também inclui obras de arte, performances e outros eventos que estão no espaço intermediário ou mesmo fora das ideias descritas anteriormente. Alguns dos seus autores são considerados forças gravitacionais na hipótese curatorial, e algumas das obras são arquipélagos, ilhas conceituais dentro da exposição. Entendeu?
Encontros na Ilha
Fonte: E-flux |
Encontros na Ilha é uma série de viagens mensais até a ilha do Presídio, de maio a novembro de 2013. Para cada uma dessas viagens de campo, um grupo de cerca de dez artistas, intelectuais e educadores foi convidado a participar da discussão proposta no encontro. Cada um dos convidados contribui com dois textos: um antes da viagem, denominado Percepções, e outro depois da viagem e da discussão realizada, as Reflexões. Além desses textos, seis ensaios sobre ilhas e prisões foram comissionados como Inflexões do programa – seus autores são considerados os capitães dos encontros. Por fim, em cada encontro um artista contribui com suas Impressões visuais sobre ilhas em geral e sobre um encontro em particular. Todas as contribuições são publicadas progressivamente no website da 9ª Bienal.
Redes de Formação
Invenção Caseira criada por Bruno Gustavo Silva. Fonte: Facebook |
O projeto pedagógico da 9ª Bienal realiza a Escola Caseira de Invenção – misto de oficina de inventos, espaço de trabalho, ateliê e laboratório –, que foca em atividades ligadas a temas como tecnologia, invenção, gambiarra e processos poéticos em arte e educação. Sediada no Memorial do Rio Grande do Sul, a Escola Caseira de Invenção funciona no período da mostra, de 13 de setembro a 10 de novembro.
De maneira geral é isso, para terminar deixo como sugestão o site da bienal, e recomendo a leitura do Manual para os Curiosos disponível na sessão de downloads.
Esperamos em breve postar nossas considerações a respeito desta edição :)